As três indicações do filme “Ainda Estou Aqui” ao Oscar – melhor filme, melhor filme estrangeiro e melhor atriz – foram amplamente celebradas no Brasil. Desde atrizes renomadas até críticos de cinema, a alegria foi contagiante com o reconhecimento deste importante trabalho, dirigido por Walter Salles. O filme, que aborda temas profundos e relevantes, conquistou o coração do público e da crítica, destacando-se em um cenário cinematográfico competitivo.
A atriz Fernanda Montenegro, que já foi indicada ao Oscar em 1999 por “Central do Brasil”, expressou sua felicidade com as indicações. Este ano, sua filha, Fernanda Torres, foi indicada ao Oscar de melhor atriz por sua atuação como Eunice Paiva em “Ainda Estou Aqui”. Em suas redes sociais, Montenegro compartilhou sua emoção, afirmando que seu coração de mãe estava “em estado de graça” com as conquistas de sua filha e do diretor Walter Salles.
O crítico de cinema Chico Fireman, sócio da distribuidora Michiko Filmes, destacou a importância histórica das indicações. Ele ressaltou que esta é a primeira vez que um filme brasileiro é indicado na categoria de melhor filme em 97 anos de premiação. Fireman acredita que essa visibilidade é crucial para o cinema brasileiro, pois atrai a atenção internacional e ajuda a colocar o Brasil no mapa cinematográfico de uma nova maneira.
Além disso, o enredo de “Ainda Estou Aqui” traz reflexões sobre as violências da ditadura militar brasileira, o que torna as indicações ainda mais significativas. Fireman observou que o tema político ressoa com o público, tanto no Brasil quanto no exterior, e que isso pode ter contribuído para o reconhecimento do filme. A indicação de Fernanda Torres, que segue os passos da mãe, também é vista como um fechamento de ciclo.
Sérgio Machado, diretor e roteirista, considera o filme um marco para a cultura brasileira. Ele testemunhou o desenvolvimento do projeto e acredita que “Ainda Estou Aqui” representa um reencontro dos brasileiros com suas produções cinematográficas. Machado elogiou a equipe envolvida e expressou sua felicidade pelo reconhecimento que o filme está recebendo, destacando a importância de revisitar o passado sombrio do Brasil.
Joana Henning, CEO do Estúdio Escarlate, também celebrou as indicações, afirmando que elas representam um marco de valorização da indústria cinematográfica brasileira. Para ela, o reconhecimento de Walter Salles e Fernanda Torres é um reflexo da riqueza cultural do Brasil no cenário mundial. Henning acredita que essas conquistas devem ser celebradas por toda a indústria audiovisual.
Renata de Almeida, diretora da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, lembrou que “Ainda Estou Aqui” teve sua estreia no festival em outubro do ano passado. Ela destacou a complexidade dos personagens e a relevância dos temas abordados no filme. Almeida acredita que a obra resgata o orgulho brasileiro e provoca uma emoção semelhante à torcida em eventos esportivos, unindo o público em celebração.
Baseado na autobiografia de Marcelo Rubens Paiva, “Ainda Estou Aqui” retrata o desaparecimento de Rubens Paiva durante a ditadura militar. A trama foca em Eunice Paiva, que se vê sozinha para criar seus filhos após a prisão e assassinato do marido. Com três indicações ao Oscar, o filme se junta a uma lista de produções brasileiras que já foram reconhecidas, e a expectativa é alta para o resultado das premiações.