A partida entre Flamengo e Estudiantes, válida pelas quartas de final da Libertadores, gerou polémica logo após o apito final. O time carioca venceu por 2 a 1 no Maracanã, mas o resultado acabou obscurecido por reclamações sobre interferências do quarto árbitro. Jogadores entendem que o árbitro assistente teria feito comunicações ao árbitro principal e ao banco adversário que teriam influenciado decisões ao longo da partida. O episódio reacendeu debates sobre os limites da atuação dos quatro árbitros em clássicos internacionais, especialmente em lances sensíveis que envolvem cartões.
A principal reclamação refere‑se ao fato de jogadores do Estudiantes já terem cartão amarelo e, ainda assim, continuarem participando de jogadas agressivas, segundo Flamengo. O quarto árbitro teria alertado o árbitro principal ou o banco do time argentino quando um jogador adversário foi advertido, insinuando que qualquer ação futura seria punida com novo cartão. Jogadores do Flamengo afirmam que essa comunicação foi clara e gerou expectativa de que faltas que normalmente seriam punidas fossem ignoradas, o que causou incômodo. O registro mostra que Santiago Núñez, Facundo Farías e Alexis Castro foram advertidos, levantando suspeitas de favorecimento.
Ainda no segundo tempo, jogadores rubro‑negros dizem ter percebido repetição do comportamento do quarto árbitro. Há depoimentos sobre alertas feitos ao banco adversário em momentos similares, sugerindo que o árbitro estaria conscientizando a equipe rival de que alguns dos seus atletas já se encontravam em situação de punição. Isso teria criado uma vantagem tática indireta, aumentando a pressão sobre o Flamengo para evitar infrações que pudessem resultar em cartão ou expulsão. O clima dentro do gramado ficou pesado, com tensão entre jogadores sempre que havia disputa física.
O técnico do Flamengo declarou que não havia tomado conhecimento formal sobre a interferência até ser questionado, mas admitiu que, se confirmada, espera explicações da arbitragem. Ele destacou que o resultado poderia ter sido afetado por atitudes que fogem à conduta esperada em jogos de alto nível. A expulsão de um jogador adversário em momento controvertido também foi apontada como exemplo de rigor que não teria sido aplicado igualmente em outras situações do jogo. O treinador manifestou esperança de que exatamente tais lances sejam auditados por comissões de arbitragem ou pela confederação responsável.
A arbitragem, por sua vez, não confirmou oficialmente a existência de comunicação ativa do quarto árbitro visando favorecer qualquer equipe. O árbitro principal ficou responsável por aplicar as advertências previstas no regulamento, e eventos polêmicos, como expulsões, foram alvo de avaliações públicas. O clube que se sentiu prejudicado pede transparência sobre como decisões foram tomadas, especialmente lances nos quais há grande repercussão junto ao público e à crítica.
A repercussão fora de campo também tomou conta dos comentários nas redes sociais e na imprensa especializada. Analistas discutem se há prática já comum desse tipo de interferência e quais as regras vigentes permitem ou proíbem tais comportamentos. A discussão evidencia uma preocupação crescente dos clubes com variáveis que fogem ao controle direto dos jogadores ou da comissão técnica, especialmente em jogos decisivos, em que cada lance pode alterar o rumo de uma classificação ou eliminação.
Para torcedores, o episódio causa frustração, já que esperam que o desempenho em campo decida os resultados. A sensação de que há fatores externos interferindo no que acontece em campo pode diminuir a confiança nas regras ou na imparcialidade da arbitragem. Essa percepção pode afetar o ambiente de jogo, motivação dos atletas, e até influenciar preparativos para confrontos futuros, inclusive na volta dessa fase da competição.
Em resumo, a partida entre Flamengo e Estudiantes ficou marcada não apenas pelo placar, mas por questionamentos à conduta do quarto árbitro e aos possíveis efeitos disso no resultado. As reclamações levantam pontos relevantes sobre regulamento, transparência e justiça esportiva. Fica pendente ouvir decisão formal da entidade competente a respeito dessas interferências alegadas, bem como eventuais medidas corretivas para assegurar que lances sensíveis sejam julgados apenas com os critérios previstos.
Autor: Yuliya Ivanov
