Conforme explica Oluwatosin Tolulope Ajidahun, a cafeína, presente no café, chás, refrigerantes, chocolates e bebidas energéticas, é a substância psicoativa mais consumida no mundo. Embora doses moderadas sejam bem toleradas, o consumo excessivo pode gerar alterações fisiológicas que afetam diretamente a saúde reprodutiva. Entre os efeitos observados estão mudanças hormonais, redução no fluxo sanguíneo para órgãos reprodutivos e aumento do estresse oxidativo nos gametas.
É perceptível que a compreensão desses impactos é essencial para casais que desejam engravidar, já que pequenas mudanças de hábito podem melhorar as condições para a concepção. Mais do que um simples estimulante, a cafeína pode influenciar processos sutis e cruciais para a fertilidade.
Como a cafeína age no organismo e no sistema reprodutivo
Ao entrar no organismo, a cafeína bloqueia os receptores de adenosina, substância responsável pela sensação de relaxamento e sono. Esse bloqueio gera um estado de alerta e energia temporário. No entanto, o consumo exagerado estimula excessivamente o sistema nervoso central, aumentando a liberação de cortisol e adrenalina, hormônios associados ao estresse crônico.
De acordo com Oluwatosin Tolulope Ajidahun, o excesso desses hormônios pode interferir no eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, responsável pelo controle da ovulação e da produção de espermatozoides. Em adição a isso, o efeito diurético da cafeína contribui para a perda de minerais essenciais, como magnésio e cálcio, que desempenham papel crucial na função reprodutiva.
Impactos na fertilidade feminina
Nas mulheres, a ingestão elevada de cafeína pode estar associada à redução da fase lútea do ciclo menstrual, etapa fundamental para a implantação do embrião. O comprometimento do fluxo sanguíneo uterino e a possível redução na receptividade endometrial dificultam a fixação do óvulo fecundado.

Tosyn Lopes ressalta que estudos indicam uma relação entre consumo acima de 300 mg de cafeína por dia e aumento do risco de aborto espontâneo. Além disso, gestantes com alta ingestão diária podem ter bebês com menor peso ao nascer. Por isso, reduzir o consumo antes mesmo de engravidar é uma medida preventiva importante.
Impactos na fertilidade masculina
Nos homens, a cafeína em excesso pode comprometer a qualidade seminal, afetando motilidade, concentração e morfologia dos espermatozoides. O estresse oxidativo gerado pela substância prejudica a integridade do DNA espermático, o que pode reduzir as chances de fecundação e aumentar o risco de falhas na implantação.
Segundo Tosyn Lopes, embora doses moderadas possam até ter efeitos positivos, ultrapassar 400 mg diários, aproximadamente quatro xícaras de café filtrado, pode ter efeito inverso, dificultando a concepção.
Estratégias inteligentes para manter o consumo sob controle
Controlar a ingestão de cafeína não significa eliminar completamente a substância da dieta. Alternar café comum com versões descafeinadas, reduzir o número de xícaras diárias e substituir por chás herbais ou de frutas são alternativas eficazes. É igualmente importante estar atento a fontes ocultas de cafeína, como chocolates, refrigerantes e alguns medicamentos.
Oluwatosin Tolulope Ajidahun sugere que, para preservar a fertilidade, vale priorizar bebidas e alimentos ricos em antioxidantes, que combatem o estresse oxidativo, e garantir uma hidratação adequada para equilibrar o efeito diurético da cafeína.
Pequenas mudanças para grandes resultados
Nesse cenário, reduzir o consumo de cafeína é uma estratégia simples, mas poderosa, para quem deseja engravidar. Ao equilibrar a ingestão dessa substância, o corpo mantém níveis hormonais mais estáveis, gametas mais saudáveis e um ambiente reprodutivo mais receptivo.
Tosyn Lopes frisa que cada pessoa apresenta uma tolerância diferente à cafeína, por isso o acompanhamento médico e nutricional é fundamental. Com ajustes graduais, é possível manter o prazer de uma boa bebida e, ao mesmo tempo, favorecer a saúde reprodutiva, aproximando-se mais do tão esperado teste positivo.
Autor: Yuliya Ivanov
As imagens divulgadas neste post foram fornecidas por Oluwatosin Tolulope Ajidahun, sendo este responsável legal pela autorização de uso da imagem de todas as pessoas nelas retratadas.