Nos últimos cinco anos, o Brasil testemunhou um aumento alarmante nos casos de estelionato, um crime que mais que quadruplicou nesse período. Em 2022, foram registrados 1.819.409 casos, um aumento de 326% em relação a 2018, quando havia apenas 426.799 registros. Isso equivale a uma média de 151,6 mil casos por mês, quase 5 mil por dia, 208 golpes por hora e cerca de 3,5 registros de estelionato por minuto.
A ascensão dos golpes virtuais na era da pandemia
Além do estelionato tradicional, houve um aumento ainda mais significativo nos crimes eletrônicos, impulsionados pela pandemia de Covid-19. Em 2021, foram registrados 120.470 casos, enquanto em 2022 esse número saltou para 200.322, representando um aumento de 66,2%. Esse crescimento exponencial pode ser atribuído, em parte, ao aumento das interações online durante os períodos de isolamento social, tornando as pessoas mais vulneráveis a golpes virtuais. Com o mundo se movendo para o ambiente digital, os criminosos encontraram novas oportunidades de explorar a falta de familiaridade das pessoas com tecnologia e segurança online.
Desafios enfrentados pelas autoridades
O diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), Renato Sérgio de Lima, destaca que o aumento desses crimes está relacionado a uma série de fatores, não exclusivos do Brasil, e que a pandemia intensificou a tendência. A mudança de hábitos, com mais interações online devido ao isolamento social, proporcionou um terreno fértil para golpes virtuais.
Ele ressalta ainda que as autoridades enfrentam desafios significativos na investigação e prevenção desses crimes. O número crescente de casos sobrecarrega os recursos policiais, muitas vezes levando a uma baixa taxa de resolução dos casos. Além disso, a falta de especialização em crimes digitais e a falta de cooperação interestadual dificultam ainda mais os esforços de combate a esse tipo de crime.
Estados afetados e estratégias de combate
São Paulo lidera os registros de estelionato comum, com 638.629 casos em 2022, seguido pelo Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Já Santa Catarina é o estado com o maior número de registros de estelionato eletrônico, com 64.230 casos em 2022, seguido por Minas Gerais e Distrito Federal.
Para lidar com essa escalada alarmante de crimes, o governo e as autoridades de segurança pública precisam adotar uma abordagem abrangente e colaborativa. Isso inclui investimentos em treinamento especializado, modernização de tecnologia e cooperação interinstitucional para garantir uma resposta eficaz a essa ameaça crescente.
Desafios na investigação e estratégias do crime organizado
Renato Sérgio de Lima ressalta que o crime organizado está cada vez mais focado em golpes que evitam a violência, pois as penas costumam ser menores. No entanto, os recursos e a formação dos profissionais de segurança pública para lidar com crimes virtuais ainda são insuficientes. A falta de integração interestadual também dificulta a investigação de casos que cruzam fronteiras estaduais ou mesmo internacionais. Diante desse cenário, medidas como o fortalecimento da capacidade de investigação e a integração entre as agências de segurança pública são essenciais para combater esse tipo de crime em constante evolução.
A Importância do advogado de crimes cibernéticos
Em meio ao aumento vertiginoso dos crimes cibernéticos, a figura do advogado de crimes cibernéticos, como o Dr. Jonatas Lucena, torna-se cada vez mais essencial para garantir uma defesa eficaz e proteger os direitos dos acusados. Esses profissionais desempenham um papel crucial em todas as fases do processo, desde a investigação inicial até o julgamento e, se necessário, recursos posteriores.